“TU! TU LIVRE?” 2l1p6c

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Participante do 2o Prêmio Déa Fenelon.

O trabalho consistiu em um projeto de ensino, intitulado “Tu! Tu livre?”, desenvolvido com duas turmas de 8º ano ensino fundamental de uma escola pública do município mineiro de Ipatinga, entre 13 de setembro e 20 de novembro de 2021, dia da Consciência Negra. O cerne do projeto foi a leitura da obra literária Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, publicada em 1859. Firmina foi uma escritora maranhense afro-brasileira que, utilizando o pseudônimo “Uma maranhense”, publicou esta obra que é considerada o primeiro romance abolicionista brasileiro. O projeto teve três objetivos principais: a) desenvolver a competência leitora; b) educar para as relações étnico-raciais; e, c) explorar as possibilidades de uso do texto literário na sala de aula. A concepção do projeto surgiu do entrecruzamento de alguns fatores: as constatações sobre retrocessos na leitura advindos do fechamento das escolas em função da covid-19 no ano de 2020, minha experiência como professor de educação básica há 14 anos, as exigências da lei 10.639/03 e dúvidas dos estudantes sobre a temática racial, as formações inicial e continuada que tive ao longo do tempo e meu gosto pessoal pela literatura. O projeto se dividiu em várias etapas, contou metodologias e práticas de leitura diferentes, explorando variados espaços como a sala de aula, ambiente virtual, pátio e biblioteca da escola, contou com um processo de avaliação processual e contínuo, que contemplasse aspectos quantitativos e qualitativos, utilizando de instrumentos variados de avaliação e sofreu diversas adaptações ao longo do tempo devido às mudanças no formato da aula – inicialmente com modelo híbrido e depois com 100% presencial – e ao envolvimento dos estudantes. A obra literária teve uma abordagem dupla: por um lado, fazendo uma história social do livro, da leitura e da literatura, onde questões como autoria, estratégias da autora, edição, circulação da obra literária e das ideias, recepção, público leitor, movimento literário do romantismo e texto literário como fonte histórica foram exploradas; e, por outro lado, analisando e explorando o conteúdo do texto literário em si mesmo, onde foram discutidas as temáticas da humanidade do sujeito afrodescendente, política escravocrata no Brasil, referências ao espaço africano, ancestralidade, concepções de liberdade, o drama do cativeiro dos escravizados, família patriarcal, religião católica como religião oficial e o convento como um espaço de submissão feminina. Para a execução do projeto, foi necessária uma pesquisa por parte do docente em livros didáticos, sítios na internet, obras acadêmicas de referência, pesquisa na sala de aula com os próprios alunos e leitura e domínio da obra literária.

 

PDF para o trabalho completo aqui.

 

revista unesp

 

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Prof. Riler Scarpati p1h4q


Professor e Historiador interessado nas temáticas sobre Patrimônio, Museus, Ensino de História, Historiografia e Memória. Participante do projeto de extensão da UFOP “Museu da Inconfidência e Direito à História: pesquisa do acervo e curadorias compartilhadas com os movimentos culturais de Ouro Preto” e do coletivo Museus em Movimento. Avaliador de artigos dos periódicos. Professor de educação básica na área de história por 16 anos e também no ensino superior. Tenho experiência na coordenação pedagógica do Parque da Ciência de Ipatinga (2019-2021), museu de ciência e tecnologia. Também tenho experiência com formação de professores (as) da educação básica. Em 2016, fui vencedor do 2º Prêmio Educa Ipatinga, com trabalho intitulado “A vida que ninguém vê”

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