OS CINCO PRIMEIROS VOLUMES ABRANGEM TEMAS COMO AS TRAJETÓRIASDE MULHERES ESCRAVIZADAS E ALFORRIADAS, A INQUISIÇÃO NA BAHIA DO SÉCULO XVII,A RELIGIOSIDADE NEGRA, A CAÇA ÀS BALEIAS E MULHERES ESCRITORASE VIAJANTES NO SÉCULO XIX. 1q572w
Após retomar suas atividades em 2024, a Cosac consolida em 2025 a proposta de construir um catálogo renovado, mantendo sua marca registrada na originalidade, no cuidado editorial e na excelência gráfica. As áreas de publicação incluem literatura, artes, história, cinema, teatro, fotografia, ensaio e crítica, entre outras categorias.
Para inaugurar sua nova fase, a Cosac lança a Série Crioula, que busca dar visibilidade a trabalhos singulares baseados em fontes documentais expressivas sobre a História do Brasil no período entre os séculos XVI e XIX, lançando luz sobre aspectos de nossa sociedade muitas vezes esquecidos ou intencionalmente ignorados. As edições, no formato brochura, contêm rica iconografia em cores e incluem amplas referências documentais e historiográficas.
Os cinco primeiros volumes abarcam temas variados. Mulheres escravizadas que se tornaram libertas e ficaram ricas, santas e santos pretos cultuados pela população colonial do Brasil, o transtorno decorrente da Visitação da Inquisição portuguesa à Bahia no início do século XVII, mulheres escritoras que produziam e viajavam por várias partes do mundo publicando seus textos, e as milhões de baleias caçadas e desmanchadas por baleeiros estadunidenses e brasileiros no século XIX, para delas extrair óleo para iluminação e outras riquezas.
Os títulos são: Sinhás pretas, damas mercadoras, de Sheila de Castro Faria (Universidade Federal Fluminense–UFF); Segunda visitação da Inquisição à Bahia (1618-1620), de Angelo Adriano de Faria Assis (Universidade Federal de Viçosa) e Ronaldo Vainfas (UFF e Faculdade de Formação de Professores da UERJ); Devoção negra, de Anderson José Machado de Oliveira (UNIRIO); Viajantes de saias, de Ludmila de Souza Maia (Unicamp; UERJ); e Caçadores de baleias, de Wellington Castellucci Junior (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia).
Com organização de Sheila de Castro Faria, a Série Crioula reúne historiadores oriundos de instituições acadêmicas de todo o país, com pesquisas e estudos sobre as peculiaridades de nossa experiência histórica. Daí a opção pelo nome “crioula”, cuja etimologia remonta ao verbo latino “creare” (criar), termo que traz como acepções primárias “aquilo ou aquele que não vem de fora”, ou “que é nativo do local de quem fala ou escreve”, enfatizando a produção acadêmica nacional.
Para Sheila, “o objetivo da coleção é dar vazão a uma produção de qualidade , contemplando tanto pesquisadores iniciantes como consagrados que as editoras universitárias não conseguem absorver, e combinando a estética da Cosac e o rigor acadêmico”. A História do Brasil é um dos temas mais caros à editora na formação de seu novo catálogo.