No presente, pouco se fala ou se sabe a respeito da expressão “exames de issão ao Ginásio”. Mas gerações de brasileiros que frequentaram a escola entre 1931 e 1971 não apenas conhecem seu significado, como lhe atribuem marco expressivo em sua experiência de vida. Nesse período, todos os estudantes, com 11 anos ou mais, que desejassem ir além do Primário e se matricular no Secundário eram obrigados a fazer exames de issão. Essa seleção constituía-se de provas escritas e orais de Português, Matemática, Geografia e História do Brasil. São muitas as histórias contadas por estudantes e docentes desse tempo que informam a força das lembranças sobre essa política educacional. Não é mesmo pouca coisa, ao se considerar que durante 40 anos sua existência afetou famílias, escolas e editoras de livros de diferentes maneiras. Este livro aborda os exames de issão por meio de práticas culturais e políticas que lhes deram condições de existência, ao mesmo tempo que mediaram e produziram efeitos variados na escolarização de sujeitos e saberes. O eixo da narrativa é a preocupação com a História do Brasil como disciplina escolar e os livros didáticos preparatórios usados nesse contexto. 81k6i
Cristiani Bereta da Silva é doutora em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora titular do Departamento de História da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), onde atua na graduação e pós-graduação, também é bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).